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suplementaçao mineral
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ARTIGOS TÉCNICOS

Suplementação mineral para bezerros em fase de aleitamento
Escrito em 25/05/2009 por Rafael Águido; Graduando em medicina veterinária, estagiário – Equipe ReHAgro

Suplementação mineral para bezerros na fase de aleitamento


A necessidade ou não de fornecimento de suplementação mineral para bezerros na fase de aleitamento é uma grande dúvida entre técnicos e produtores. Apesar desta prática não ser comum no dia-a-dia, experimentos como o de Costa et al (2005), têm mostrado maior consumo de matéria seca entre os animais que receberam mistura mineral à vontade todos os dias. Neste trabalho, no entanto, não foi observado maior ganho de peso dos bezerros suplementados. Apesar disso, o conhecimento da importância de macro e microminerais nos processos metabólicos e no sistema imune nos leva a acreditar que o fornecimento de minerais seja de grande importância no sucesso na criação de bezerros.  

A concentração de minerais essenciais deve ser mantida dentro dos limites nutricionais estabelecidos para que haja integridade funcional e estrutural dos tecidos, assegurando, desta forma, o crescimento, saúde e a produtividade animal. As deficiências ou excessos minerais assumem grande importância na nutrição animal, devido à extensão e facilidade na qual são confundidos com efeitos relacionados à subnutrição, déficits protéicos e até mesmo com infestações parasitárias.

Principais fontes de minerais para bezerros

O fornecimento de minerais para os bezerros tem início no útero, através da transferência destes constituintes via placenta e sua incorporação nos tecidos fetais. A deficiência de nutrientes maternos pode prejudicar o desenvolvimento da cria, aumentando os índices de morbidade e mortalidade, aliados a uma menor produtividade. Christensen (1989) e Howes e Dyer (1971), avaliaram os efeitos da suplementação mineral nas vacas no período seco sobre o metabolismo e níveis destes minerais nos tecidos fetais. Os resultados mostraram que importantes elementos como ferro (Fe), Manganês (Mn), Selênio (Se) e Iodo (I), apresentavam-se em maiores concentrações nos tecidos de bezerros nascidos de vacas suplementadas. 

A principal fonte de minerais para bezerros na fase de aleitamento se concentra no colostro e no leite. No entanto, é notória a maior concentração de macro e microminerais no colostro em relação ao leite como estratégia evolucionária na tentativa de manter bons níveis destes constituintes até que o bezerro neonato consiga dar início ao seu próprio metabolismo e desenvolvimento do sistema digestivo.

O leite apresenta concentrações marginais ou deficientes em todos os microminerais, com exceção do zinco. Desta forma, bezerros que utilizam o leite como única fonte de nutrientes, podem desenvolver sintomas relacionados à carência de minerais, uma vez que o estoque tecidual é suficiente para assegurar apenas algumas semanas de vida de seu desenvolvimento normal (Davis e Drackley 1998). No entanto, alguns trabalhos relatam que a introdução de concentrados e volumosos nos primeiros dias de vida dos animais pode evitar a necessidade de suplementação mineral, já que os alimentos sólidos suprem alguns destes elementos que estão em pequenas concentrações no leite.

 No caso de utilização de sucedâneos e rações iniciais, a suplementação recomendada para a maioria das formulações comerciais visa atingir as exigências de macro e microminerais dos bezerros (NRC 2001). Porém, devemos ficar atentos aos sucedâneos e rações de baixa qualidade, uma vez que a biodisponibilidade dos seus constituintes é baixa. 

A suplementação mineral seria uma estratégia na tentativa de evitar a carência de alguns minerais. A utilização de volumosos na dieta de bezerros também deve ser levada em consideração. No entanto, a presença de minerais nos volumosos sofre variações conforme a idade da planta, constituição genética, época do ano, clima, tipo de solo e tipo de manejo realizado na manipulação das plantas. Desta forma, devemos considerar apenas outras fontes de alimento como verdadeiramente fornecedoras de minerais para os bezerros e a partir delas oferecer toda exigência do animal.

TABELA 1 - Concentrações de minerais recomendadas para dietas de animais jovens, comparada com os teores no leite integral.

                                                                                                            NRC 2001

Consumo de alimentos e ganho de peso

É conhecido que a deficiência de qualquer mineral essencial resulta na redução do consumo e que os minerais desempenham, como principal função, a atuação em mecanismos metabólicos. Porém, não se tem o conhecimento da forma como os minerais estimulam ou inibem a ingestão de alimentos.

Dentre os principais minerais envolvidos no consumo de alimento estão o cálcio, cobalto, cobre, flúor, magnésio, manganês, molibdênio, potássio, selênio, sódio e zinco. Além disso, os animais possuem apetite específico para determinados nutrientes, como o sódio, cálcio e fósforo. Assim, em situações de deficiência destes minerais, há uma redução no consumo e desenvolvimento de apetite relativamente específico para o mineral deficitário.

COSTA et al . (2005) trabalhou com bezerros da raça holandesa, avaliando o consumo da mistura mineral e o desempenho dos animais. Neste trabalho, o grupo de bezerros que recebeu suplementação mineral apresentou maior consumo de concentrado (tabela 2) e matéria seca total (tabela 3), quando comparado aos animais que não receberam suplementação mineral. Foi relatado também um consumo médio de mistura mineral de 11,75 g/animais/dia, entre a primeira e quarta semana de vida, período este coincidente com a fase de aleitamento. No entanto, com o desaleitamento e aumento do consumo de alimentos sólidos, houve redução na ingestão de mistura mineral para 4,1 g/animais/dia entre a quinta e oitava semana, levando a acreditar que há necessidade do bezerro ingerir minerais com o intuito de atender suas exigências nutricionais durante a fase de aleitamento. A observação de maior ingestão da mistura mineral durante o aleitamento e o conhecimento da importância de alguns microminerais para o sistema imunológico leva a crer que o fornecimento de minerais nesta fase seja importante para minimizar o aparecimento de doenças.

 

Tabela 2. Consumo médio diário de concentrado (gramas/animal/dia) na matéria seca por bezerros do grupo Controle (sem mistura mineral) e LMM (com mistura mineral), durante oito semanas.

                                                                           Fonte: COSTA et al. (2005)

 


Tabela 3. Consumo médio diário de matéria seca total (MST) expressos em (gramas/animal/dia) por bezerros nos grupos Controle (sem mistura mineral) e LMM (com mistura mineral), durante oito semanas.

                                                                           Fonte: COSTA et al. (2005)

No mesmo experimento, o ganho de peso médio semanal não apresentou diferença significativa entre os grupos, no entanto os animais que receberam mistura mineral, apresentaram em média um ganho de 2,31 Kg/animal/semana. Em contrapartida, os animais que não receberam suplementação mineral tiveram um ganho de 2,08 Kg/a/s.
A suplementação deve ser feita através do fornecimento à vontade de minerais específicos para bezerros, em compartimentos protegidos principalmente contra as chuvas, anexo às instalações utilizadas no bezerreiro da propriedade. 

Conclusão

Apesar de existirem poucos estudos relacionados ao benefício do fornecimento de minerais para bezerros, devemos considerar a importância dos macro e microminerais na saúde e, consequentemente, na produtividade dos animais, podendo esta suplementação ser mais uma alternativa para o sucesso na criação de bezerros em aleitamento. 

 

Bibliografia:
  
• DAVIS, C.L. DRACKLEY, J.K. The development, nutrition and management of the young calf. 1 ed. Iowa. Iowa University Press. 1998.329p.

• NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrient requirements of dairy cattle. 7 ed. Washington, D.C.: National Academy Press, 2001. 381p.

• COSTA, T.C. Avaliação do consumo de mistura mineral e desempenho de bezerros alimentados com leite e sucedâneos. Escola de Veterinária da UFMG. 2005. 104p.

• FERREIRA, P.M. et al. Doenças carenciais e suplementação mineral. Escola de Veterinária de UFMG. Centro de Extensão.  Abril de 2005. 44p:.